Como é feita a datação por Carbono?

Durante meu ensino fundamental, sempre vi em documentários sobre escavações arqueológicas comentarem sobre datação por carbono 14 e, desde então, nunca recebia uma explicação adequada sobre como era determinada com precisão a idade de uma múmia por exemplo. Em uma das tentativas, um adulto chegou a dizer “Rapaz, é claro que isso não existe. Isso é coisa que o povo inventa pra desmoralizar a igreja”. Não desmerecendo o argumento sábio de uma pessoa mais velha, deixei essa história pra lá.

Daí, mais pra frente, quando tive contato com biologia e química voltei a me interessar pelo  assunto. Consideremos anos de estudo e dedicação de nossos queridos amigos que estudam o assunto e observemos os métodos pelos quais usa-se radiotividade para se determinar a idade dos objetos.

Como surge o Carbono 14? 

Primeiramente, é bom saber a diferença entre Carbono 12 e Carbono 14.

O C14 recebe esta denominação porque apresenta massa atômica equivalente a 14, assim apresenta dois nêutrons a mais em seu núcleo que seu isótopo estável C12.

O Carbono 12 é encontrado em substâncias inorgânicas, enquanto o Carbono 14 é encontrado em tecidos vivos tanto vegetais quanto animais.

Quando os raios cósmicos entram na atmosfera, acontece de colidirem com átomos da própria atmosfera gerando nêutrons energizados. Estes nêutrons energizados, por sua vez, colidem com átomos de hidrogênio. Esse processo gera C14 e H.

O C14 é radioativo e sua quantidade nos tecidos, a partir da morte do indivíduo, diminui com o passar do tempo. O Carbono 14 tem “meia-vida” de aproximadamente 5.700 anos. Fazendo as contas, a datação por C14 só é precisa em objetos de até 60 mil anos. Antes disso, as quantidades são muito pequenas tornando a análise mais imprecisa ou até impossível.

Por que o organismo perde Carbono 14 após sua morte? 

No momento da morte, a relação entre Carbono 12 e Carbono 14 é a mesma em todos os seres vivos. A medida que o tempo avança, a quantidade de Carbono 14 diminui enquanto os níveis de Carbono 12 permanecem os mesmos. Portanto, ao observar a relação entre C12 e C14 em uma amostra e compará-la com a de um ser ainda vivo, é possível determinar a idade em que o ser viveu de forma bastante precisa.

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Agora, o ponto mais importante de todo o texto: o princípio usado na datação por carbono também é aplicado a outros isótopos como o Potássio 40 que também pode ser encontrado no corpo humano e tem meia-vida de 1,3 bilhão de anos.

Daí, você deve estar se perguntando: “Mas como que é possível saber disso se ninguém viveu tudo isso pra se certificar?” (Convenhamos, regra de três não é um dos cálculos mais complicados de se fazer no ensino médio)

O problema (ou não) da datação por outros radioisótopos é que qualquer indivíduo morrido depois dos anos 40 – quando surgiram os primeiros testes nucleares ao ar livre – possa não ter a mesma confiabilidade que os demais.

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FONTE How Stuff Works